Crianças nascidas em 2020 são mais expostas a riscos climáticos, mostra estudo 383q6b

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Grupo terá, em média, 6,8 vezes mais ondas de calor e 2,8 vezes mais inundações e perdas de safra em comparação com aqueles nascidos em 1960

  • Por da Redação
  • 05/06/2025 13h46
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Freepik Crianças A coordenadora do estudo, Márcia Castro, ressalta que a exposição a esses riscos pode prejudicar o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo

Crianças brasileiras nascidas em 2020 enfrentarão, ao longo de suas vidas, um aumento alarmante na frequência de eventos climáticos extremos. De acordo com o relatório “A Primeira Infância no Centro da Crise Climática”, publicado nesta quinta-feira (5) pelo Núcleo Ciência pela Infância (NI), essas crianças terão, em média, 6,8 vezes mais ondas de calor e 2,8 vezes mais inundações e perdas de safra em comparação com aquelas nascidas em 1960. O estudo utiliza dados do Observatório de Clima e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O aumento de eventos climáticos no Brasil é notável, com o número de ocorrências subindo de 1.779 em 2015 para 6.772 em 2023. As crianças de até 6 anos, que representam 8,9% da população do país, são as mais vulneráveis a essas mudanças. A coordenadora do estudo, Márcia Castro, ressalta que a exposição a esses riscos pode prejudicar o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, resultando em problemas de saúde e insegurança alimentar.

“Desde o começo da vida, já estão expostas a ondas de calor, poluição do ar e por aí vai, mas o nível de exposição vai depender de como o mundo caminha em relação a reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, alerta a coordenadora do estudo, Márcia Castro, chefe do Departamento de Saúde Global e População da Universidade Harvard.

Além disso, o relatório aponta que 37,4% das crianças com até 4 anos vivem em condições de insegurança alimentar. Entre 2013 e 2023, mais de 4 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido a desastres climáticos. Em 2024, a situação se agravou, levando à suspensão das aulas de 1,18 milhão de crianças e adolescentes em decorrência de eventos naturais.

“Proteger a primeira infância diante da emergência climática não é uma escolha, é uma prioridade. Precisamos de políticas públicas urgentes, baseadas em evidências, que considerem as desigualdades sociais e coloquem bebês e crianças no centro das estratégias de adaptação e prevenção”, destaca a professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Alicia Matijasevich, que também coordenou o estudo.

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As recomendações do estudo incluem a necessidade de fortalecer a atenção primária à saúde, melhorar as condições de saneamento básico e garantir a segurança alimentar.

Publicado por Nátaly Tenório

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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